Spin-off da trilogia de “Para Todos os Garotos Que Já Amei” é a nova queridinha da geração z
Por Vanessa Linhares
Com Carinho, Kitty é uma série de comédia romântica, original da Netflix. A produção é derivada da trilogia de livros e filmes Para Todos Os Garotos Que Já Amei, da autora Jenny Han. A autora que também fez parte da produção dos longas, é a showrunner do spin-off ao lado de Sascha Rothchild. Com direção de Jennifer Arnold, Jeff Chan, Pamela Romanowsky e Katina Medina Mora, a série contém 10 episódios de 30 minutos cada e estreou no streaming no dia 18 de maio de 2023.
Na trama acompanhamos a história da irmã caçula de Lara Jean (Lana Condor), Kitty Song Covey (Anna Cathcart). Depois de juntar a irmã Lara Jean com o Peter Kavinsky (Noah Centineo) e se autodeclarar cupido ao descobrir que tem o dom de juntar casais, Kitty quer viver seu próprio romance. Para isso, ela decide ir para a Coreia do Sul e encontrar seu webnamorado Dae (Choi Min-young), tudo sem contar ao rapaz, para assim surpreendê-lo. Além disso, ela quer descobrir mais coisas de sua falecida mãe, que estudou no mesmo colégio para qual Kitty está indo.
Mas ao chegar lá, a garota se depara com uma surpresa: Dae está namorando Yuri (Gia Kim), filha do presidente da Coreia do Sul e da diretora da escola. Mesmo decepcionada, a adolescente permanece no colégio e pretende viver a experiência de estar no país de seus antepassados, conhecer sua cultura e mais coisas sobre sua mãe.
Com Carinho, Kitty é uma série leve e divertida. Desde a trilogia de Para Todos Os Garotos Que Já Amei, Kitty se mostrava uma garota com muito carisma e meio inconveniente, e essa essência da personagem permaneceu no spin-off. Anna Cathcart brilha na série e esbanja simpatia. Podemos dizer que a produção é uma mistura de comédia romântica americana com os famosos doramas da Coreia do Sul. Isso porque o derivado tentou colocar elementos que fazem sucessos nos k-dramas com uma boa dose de k-pop. Além de mostrar um pouco (bem pouco, na verdade) da cultura coreana.
A série poderia ter se jogado mais na cultura coreana, já que a personagem principal é metade americana e metade coreana e foi para a Coreia do Sul para aprender mais sobre sua mãe, e consequentemente, sobre sua cultura. Um dos principais defeitos do spin-off é a falta de aprofundamento e desenvolvimento. Parece que os produtores estavam com pressa e esqueceram de desenvolver melhor a história e seus personagens. Mesmo com a protagonista tendo uma boa química com seus diferentes interesses amorosos, eles foram trazidos à tona de forma rasa e com pouca profundidade.
E a série tem bons personagens que poderiam ganhar mais profundidade na trama, como o Min-ho (Sang Heon Lee), amigo do Dae, que é filho de pais divorciados famosos e precisa lidar com a ausência deles, mas que conquistou o público pelo seu charme. Além da Yuri, que vive uma vida de aparências e tem que fingir ser a filha perfeita na mídia.
Com Carinho, Kitty consegue abordar assuntos delicados, como a sexualidade, de maneira leve, sensível e natural. Além de explorar o amadurecimento, as descobertas e os dramas típicos da adolescência. Mesmo com vários furos no roteiro e a falta de profundidade, é uma série muito gostosinha de assistir. É ótima para passar o tempo e para quem gosta de uma comédia romântica bem água com açúcar e cheia de clichês. Quem gostou da Kitty em Para Todos Os Garotos Que Já Amei, certamente vai querer acompanhar o crescimento da personagem nessa nova fase. Até o momento a Netflix não confirmou a segunda temporada da produção, mas como a série acabou com um gancho enorme para um segundo ano (e com um grande sucesso entre o público jovem), o mais provável é que a renovação venha em breve.
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