“Dahmer: Um Canibal Americano”: série retrata um dos seriais killers mais perversos que já existiu
- The C.A.R.O
- 10 de out. de 2022
- 3 min de leitura
A série estreou na Netflix no último dia 21 de setembro e segue sendo uma das mais comentadas nas redes sociais
Por Vanessa Linhares
Dahmer: Um Canibal Americano é uma série de drama criminal protagonizada por Evan Peters e criada por Ryan Murphy e Ian Brennan. A produção é inspirada em um caso real e conta a história de Jeffrey Dahmer, que assassinou 17 pessoas do sexo masculino entre os anos de 1978 e 1991 nos Estados Unidos. A série chegou ao catálogo da Netflix no dia 21 de setembro de 2022 e está sendo um sucesso, com bastante repercussão entre o público nas redes sociais.
Na trama, Jeffrer Dahmer (Evan Peters) é um rapaz solitário e um pouco estranho, mas que aparenta ser uma pessoa comum. Porém, o que ninguém imagina é que Dahmer é na verdade um serial killer, que conseguiu matar 17 pessoas sem a polícia nem desconfiar.
Dahmer: Um Canibal Americano é uma série que tem um ritmo um pouco mais lento, mas que consegue desenvolver bem sua história, sem deixar entediante. Os dois primeiros episódios começam meio confusos, mas conforme a trama vai sendo desenvolvida e vai mostrando a infância, adolescência e vida adulta do protagonista, vai ficando mais fácil de entender a história.
Além de abordar o funcionamento de uma mente doentia, a obra de 10 episódios evidencia como era o racismo e a homofobia nas décadas de 1980 e 1990. Isso acaba provocando também uma reflexão sobre os tempos atuais. A indignação ao ver essa série é absoluta, afinal, você percebe como Dahmer tinha um certo privilegio, era só ele inventar qualquer coisa e os policiais acreditavam. No primeiro assassinato a polícia já poderia ter pego ele e evitado tantas outras vítimas, o que te deixa mais indignado ainda. Além claro, da negligência policial (e racismo) quando a vizinha do assassino telefonava para falar de suas suspeitas sobre o vizinho ou quando uma quase vítima o denunciou.
Os episódios abordam desde a gravidez da mãe do Jeffrey até a vida adulta, contando também como ele foi negligenciado na infância. Para alguns, acompanhar isso seria tentar justificar as atrocidades cometidas, mas não é este o caso por aqui. A série tentou sim humaniza-lo, mas ela fez isso justamente para deixar Dahmer mais real e não alguém que só existiria na ficção. São, ao todo, 17 assassinatos envoltos em casos de canibalismo, estupros e uso de drogas. Um verdadeiro combo de perversidade.
Evan Peters é o grande destaque da produção. O ator que já interpretou alguns psicopatas na TV, está impressionante no papel e mostrou o por quê é um dos mais talentosos atores de sua geração. Peters consegue fazer o telespectador sentir raiva, nojo, desprezo e até mesmo pena de seu personagem em alguns momentos. Ele também conseguiu trabalhar muito bem a questão do olhar, passando as emoções através do olhar. Jeffrey Dahmer foi diagnosticado com transtorno de personalidade borderline e transtorno de personalidade esquizotípica, e de forma sutil e eficiente Peters conseguiu passar para o público esse medo do abandono que o assassino tinha.
A história é bem pesada, mas a série em si não é tão pesada (ela não é tão sangrenta e nem tão graficamente horrenda, falando), afinal foi tudo pensado para ser uma obra dramática e não um documentário. Mas mesmo assim, pensar que tudo aquilo aconteceu de verdade, te deixa mal e triste. Um dos episódios mais emocionantes é quando foca em uma vítima que era surda e tinha muitos sonhos para o futuro. Aliás, todos os episódios que focam mais nas vítimas e nas famílias das vítimas são bastante emocionantes.
Dahmer: Um Canibal Americano é uma ótima série de true crime, com atuações excelentes, trilha sonora impecável e uma direção que sabia exatamente o que queria. Mesmo com um final meio apressado, a produção teve grande repercussão e se destaca no catálogo da Netflix pela qualidade e entrega dos atores. É uma série que com certeza vale a pena ver, principalmente para tentar entender como funciona a mente de um assassino, sem romantiza-lo. Mas se você for uma pessoa muito sensível, é melhor procurar outro tipo de série, porque você pode se sentir mal com ela.
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