Série narra os acontecimentos que deram fim a uma banda fictícia dos anos 1970
Por Vanessa Linhares
Daisy Jones & The Six é uma série de drama musical, original da Amazon Prime Video. Baseada no livro de mesmo nome da autora Taylor Jenkins Reid, a série foi criada por Scott Neustadter e Michael H. Weber, e estreou no streaming do Prime Video no dia 03 de março de 2023 com os três primeiros episódios, com o restante sendo disponibilizado semanalmente e com os últimos episódios chegando no dia 24 de março de 2023 no catálogo, totalizando 10 episódios. Com direção de James Ponsoldt, Nzingha Stewart e Will Graham, a atração tem a atriz Reese Witherspoon como produtora executiva.
Na trama, a banda Daisy Jones & The Six estava no auge do sucesso em 1977, com shows que arrastavam multidões e milhares de fãs. Liderada pelos explosivos Daisy Jones (Riley Keough) e Billy Dunne (Sam Claflin), o grupo saiu da obscuridade e se tornou rico e famoso, com músicas tocando nas rádios, aparecendo em programas de TV e com a turnê do álbum Aurora cada vez mais lotada. Porém, após um show com os ingressos esgotados em Chicago, a banda teve seu fim de forma repentina, deixando muita gente sem entender nada. Agora, 20 anos depois, os integrantes resolvem contar a verdade em um documentário sobre o grupo.
Daisy Jones & The Six é um espetáculo em forma de série. Isso porque as músicas originais da série e que estão no álbum Aurora (disponíveis no Spotify) são maravilhosas. A trilha sonora dessa série é simplesmente incrível e se encaixa perfeitamente com a história. A sensação que dá é que aquela banda ficcional realmente existiu. A história é muito boa e interessante, e o espectador fica ansioso para saber o que levou o fim da banda, apesar de já imaginar os motivos que levaram a esse fim. A trama é dividida em passado e presente, porém de uma forma um pouco diferente. Os membros do grupo contam a história de como montaram a banda, como se conheceram e tudo que aconteceu até aquele último show, em forma de entrevista, como se fosse realmente um documentário. E enquanto isso, voltamos para o passado para ver a história que está sendo contada. Eu particularmente gostei bastante de como foi conduzido esse documentário ficcional, porque não ficou algo engessado ou quadrado, pelo contrário, ficou bem dinâmico.
Os protagonistas da série, Daisy e Billy, têm uma química muito boa em cena. Apesar das brigas constantes entre eles, ainda é possível sentir uma atração muito forte, e que eles fazem questão de fingir que não é nada. Isso porque Billy é casado com Camila (Camila Morrone), com quem tem uma filha, e por mais que ele diga que ama a esposa, ele também não consegue esconder que rola algum sentimento pela Daisy. E Daisy acaba se apaixonando pelo Billy, mesmo eles sendo tão parecidos nessa personalidade explosiva que ambos têm. A partir daí, acompanhamos esse triângulo amoroso que fica cada vez mais interessante, porque Camila está sempre tentando salvar esse casamento, que já passou por grandes dificuldades quando Billy teve problemas com o álcool e precisou ir para a reabilitação.
Todos os personagens da série são muito interessantes de se acompanhar. Daisy tem suas inseguranças e problemas com drogas, mas ela também é forte e decidida. Billy também tem seus problemas com álcool e precisa lidar com o abandono do pai que o afeta até hoje. Seu irmão Graham (Will Harrison) é apaixonado por Karen (Suki Waterhouse), porém a moça quer priorizar sua carreira e conseguir o reconhecimento que tanto espera. Aliás, Karen poderia ter sido melhor explorada na série, já que ela é uma mulher forte e focada em seus objetivos. Eddie (Josh Whitehouse), o baixista da banda, não gosta de Billy e de como tudo é sobre ele, e gostaria de mais liberdade e reconhecimento na banda, além de ser secretamente apaixonado pela Camila. E Simone Jackson (Nabiyah Be), melhor amiga de Daisy, também luta pelo sucesso que tanto quer como cantora, além de ter que enfrentar o preconceito por ser uma mulher negra apaixonada por outra mulher. E também acho que Simone deveria ter mais tempo em tela, já que sua história é muito interessante. Todas as personagens femininas têm uma garra muito grande e de uma forma ou de outra lutam contra o machismo da época.
Daisy Jones & The Six é uma ótima adaptação, com músicas que são um show a parte, com personagens e história interessantes, um bom roteiro, boas atuações e um final com uma mensagem importante. Apesar dos clichês, como o “drogas, sexo e rock’n roll”, o enemies to lovers, o triângulo amoroso, etc, a série consegue te prender do começo ao fim e ainda deixa um gostinho de quero mais. Não posso comparar com o livro, afinal AINDA não o li, mas pelo que vi, os fãs acharam a produção bem fiel à obra, apesar de faltar alguns detalhes. É uma série que vale muito, muito, muito a pena assistir.
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