“Good Omens” mantém o bom humor da 1ª temporada, mas sem muito foco narrativo
- The C.A.R.O
- 14 de ago. de 2023
- 3 min de leitura
Segunda temporada da série aprofundou mais a relação dos protagonistas

Por Vanessa Linhares
Good Omens (ou Belas Maldições, como também é conhecida no Brasil) é uma série de comédia e fantasia, original da Amazon Prime Video. A produção criada por Neil Gaiman é baseada no livro homônimo de Gaiman e Terry Pratchett, publicado em 1990. A primeira temporada estreou em 2019, já a segunda temporada lançou somente esse ano, no dia 28 de julho no streaming. Todos achavam que Belas Maldições seria uma série de temporada única, já que a história do livro foi toda contada no primeiro ano, mas a Prime Video surpreendeu e trouxe mais uma temporada, com Gaiman dando continuidade a sua trama. Com direção de Douglas Mackinnon, a produção é protagonizada por David Tennant e Michael Sheen.
Na trama, depois do anjo Aziraphale (Michael Sheen) e do demônio Crowley (David Tennant) ajudarem a impedir o Armagedon no final da primeira temporada, eles têm vivido uma vida tranquila em Londres. Até que um dia, o Arcanjo Gabriel (Jon Hamm) aparece na livraria de Aziraphale sem roupa e sem memória. A dupla precisa agora investigar o que aconteceu com o mais poderoso dos anjos, enquanto o Céu e o Inferno buscam Gabriel pela Terra.

Good Omens segue com muito bom humor. David Tennant e Michael Sheen continuam muito bons em seus papéis e carismáticos, além de terem uma boa química em cena. Os protagonistas são muito bem construídos e têm um tom cômico perfeito para a trama. Eles são sem dúvidas o ponto alto da temporada, que fazem a gente querer ver o desenrolar da história. Diferente da temporada anterior, onde o foco era a trama do fim do mundo e como Crowley e Aziraphale iriam fazer para achar o filho do Satã e impedir o Armagedon, nessa o foco é a relação da dupla protagonista. Aqui há um aprofundamento maior nessa relação e podemos ver mais dessa cumplicidade que há entre os dois.
Outros personagens também foram destaque nessa temporada, como o Arcanjo Gabriel. Depois de perder a memória, Gabriel ficou muito mais ingênuo, nos proporcionando cenas divertidas. Jon Hamm também tem um excelente timing cômico, sem contar o carisma que ele tem. Muriel (Quelin Sepulveda) também foi uma divertida surpresa.

Apesar do bom aprofundamento dos protagonistas e desse clima gostosinho de romance não-romance entre eles, essa segunda temporada parecia não ter um foco narrativo. A trama principal era para girar em torno da perda de memória do Gabriel e em como Crowley e Aziraphale iriam resolver isso, mas essa trama que era a principal acabou ficando meio de lado e surgindo outras menos interessantes que ocuparam muito tempo de tela, como o romance entre as lojistas (que cá entre nós, faltou MUITA química, o que deixou mais chatinho ainda) e a tentativa de Aziraphale e Crowley em juntar as duas. Sem contar aquelas cenas enooormes de volta ao passado – que são chamadas também de mini episódios, que às vezes pareciam que só estavam ali para “encher linguiça”. Ok, o mini episódio que volta ao passado e conta a história de Jó é interessante, mas o que foi aquele em que Aziraphale faz um show de mágicas e zumbis nazistas aparecem? Simplesmente não acrescentou em nada na trama.
A segunda temporada de Good Omens acertou em aprofundar e desenvolver melhor a relação (de amizade e possível romântica futuramente) dos protagonistas, mas falha ao não ter um foco narrativo, com subtramas que não levam a lugar nenhum e com flashbacks exagerados. O final deixa em aberto para uma possível terceira temporada – Gaiman inclusive já se manifestou a favor de um terceiro e último ano, que deve explorar as personalidades opostas de Aziraphale e Crowley.

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