“Madres: Mães de Ninguém” traz uma história inspirada em fatos reais com um toque de sobrenatural
- The C.A.R.O
- 18 de out. de 2021
- 2 min de leitura
O filme da Blumhouse com a Amazon Prime Video discute e denuncia questões sociais importantes

Por Vanessa Linhares
Madres: Mães de Ninguém é mais uma produção de terror da produtora Blumhouse em parceria com a Amazon Prime Video, que estreou no último dia 08 de outubro no streaming. Baseado em fatos reais de mulheres latinas-americanas que foram esterilizadas sem o consentimento no século passado, o longa conta com direção de Ryan Zaragoza e roteiro escrito por Mario Miscione e Marcella Ochoa.
O filme se passa no ano de 1977 e conta a história de um jovem casal mexicano-americano, Diana (Ariana Guerra) e Beto (Tenoch Huerta). Após Beto receber uma proposta de emprego para trabalhar como gerente em uma fazenda local, que emprega imigrantes ilegais, os dois se mudam para uma nova cidade, chamada Golden Valley, no interior da Califórnia. Diana é jornalista e nasceu em Los Angeles, já Beto é mexicano e chegou aos Estados Unidos com o sonho de mudar de vida. Os dois estão felizes com a espera do primeiro filho.

O casal tenta se adaptar a nova casa, enquanto fazem amizades novas na comunidade. Porém, Diana se sente excluída e deslocada no lugar, já que ela é a única que não fala espanhol e apesar de ter ascendência hispânica, a moça não cresceu em contato com a cultura. Enquanto Beto trabalha, Diana fica em casa, trabalhando em seu livro, mas depois de ver uma aparição e achar algumas caixas com coisas dos moradores antigos, a jovem percebe que ela e o bebê não estão seguros naquela cidade.
Apesar de ter uma entidade sobrenatural rondando o lar do casal protagonista, uma possível maldição e da Diana estar tendo algumas “visões”, o longa não assusta e nos faz refletir mais sobre o drama social que nos é apresentado. O filme tem um ritmo bem lento, mas denuncia o preconceito e a discriminação contra o povo latino-americano. Acredito que esse seja o elemento mais importante do filme, mostrar que o verdadeiro monstro é o ser-humano, tanto, que logo no começo, temos uma citação do escritor Joseph Conrad que diz o seguinte: “A crença em uma origem sobrenatural do mal não é necessária, o homem, por si só, é capaz de qualquer maldade”, deixando explícito a premissa do filme.

O destaque da produção vai para a atriz principal, Ariana Guerra, que nos entregou uma personagem inteligente, que não se deixa levar pelo que os outros dizem e faz sua própria investigação. Além, claro, da sua determinação para proteger o filho que ainda não nasceu.
Com um desfecho envolvente e traumático, Madres: Mães de Ninguém, é um terror, que não é tão terror assim, mas que vale a pena conferir pela crítica social que o filme traz, onde conseguimos ver claramente as marcas do racismo na sociedade.

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