“O Pacto”: Filme de guerra de Guy Ritchie mescla ação e drama de forma eficiente
- The C.A.R.O
- 10 de jul. de 2023
- 3 min de leitura
Longa chegou ao catálogo da Prime Video em junho

Por Vanessa Linhares
O Pacto é um filme de ação, guerra e drama dirigido por Guy Ritchie, que além de dirigir, co-escreveu o roteiro ao lado de Ivan Atkinson e Marn Davies. Com distribuição da Metro-Goldwyn-Mayer, o longa estreou nos Estados Unidos no dia 21 de abril de 2023, e por aqui no Brasil chegou através do streaming da Amazon Prime Video, no dia 22 de junho de 2023. Apesar de ter como pano de fundo um fato real, o longa não é baseado em nenhuma história real. A trama e os personagens são totalmente fictícios.

Na trama ambientada em 2018, no Afeganistão, o filme tem como pano de fundo a Guerra do Afeganistão e os embates dos Estados Unidos contra o Talibã, grupo fundamentalista que domina o país atualmente. O sargento-mestre John Kinley (Jake Gyllenhaal) precisa de um novo intérprete afegão para ajudá-lo. Dentre os candidatos ao posto está Ahmed (Dar Salim), que teve seu irmão morto pelo Talibã e precisa de um visto de imigrante para ir embora para os Estados Unidos com sua família. Como Ahmed fala quatro línguas, além do inglês, ele é o escolhido para o cargo. Então John leva o intérprete para suas missões, mas em uma delas, toda sua equipe é morta e o sargento acaba caindo em uma emboscada que o deixa gravemente ferido em pleno deserto Afegão, longe de sua base.
Ahmed então faz de tudo para salvar o seu superior. Ambos sobrevivem, mas enquanto John volta para os EUA e é condecorado como herói, o intérprete se torna o homem mais procurado pelo Talibã e por isso, ele e sua família precisam estar sempre fugindo e se escondendo. Ao saber disso, Kinley tenta conseguir um visto de imigrante para o amigo o mais rápido possível, mas como não obtém resultado, ele decide voltar ao Afeganistão e resgatar Ahmed e sua família.
O Pacto é um filme muito bem produzido e com um roteiro muito bem construído e desenvolvido. Na primeira parte, o longa foca na ação e somos presenteados com cenas de combates, tiros, porradas e bombas muito bem feitas e que prendem a atenção do público, sem abrir mão de um bom enredo. Dar Salim está impecável no seu papel. O ator entrega no olhar toda a dor, desesperança e cansaço que seu personagem está sentido. As cenas dele carregando o sargento deserto a fora nos causa muita apreensão, afinal a qualquer momento pode aparecer algum terrorista e estragar tudo. Jake Gyllenhaal também está brilhante no seu papel e os dois conseguem sustentar o filme sozinhos, mesmo quando bons coadjuvantes aparecem. A parceria dos dois deu muito certa e é transmitida através da tela.
Já a segunda parte foca mais no drama. Aqui as cenas de combates são deixadas um pouco de lado para poder dar uma carga emocional maior aos seus protagonistas. Vale dizer que, sem perder o fôlego, O Pacto conseguiu deixar a ação de lado para focar no drama com maestria. Enquanto John volta aos EUA para o conforto do seu lar, Ahmed tem que ficar fugindo para não ser morto. Isso deixa o sargento se sentindo extremamente culpado, afinal o governo prometeu um visto para Ahmed se ele ajudasse os soldados norte-americanos como intérprete. E taí uma crítica que o filme faz ao governo estadunidense, já que isso provavelmente aconteceu durante os quase 20 anos que os EUA ficaram no território afegão.

No geral, O Pacto é um excelente longa de guerra. Apesar de mostrar os EUA como os mocinhos, no fim não esconderam que o governo não deu suporte algum aos milhares de intérpretes afegãos que ajudaram o exército americano. O filme é muito bem produzido e soube mesclar a ação com o drama de maneira eficiente. Com atuações excelentes, uma boa fotografia, uma história envolvente e interessante, e um roteiro bem construído, O Pacto é uma boa surpresa para o gênero de guerra.

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