“Paper Girls”: Nova série de viagem no tempo empolga, traz aventura e personagens bem construídos
- The C.A.R.O
- 15 de ago. de 2022
- 3 min de leitura
Primeira temporada de série original do Prime Video estreou no final de julho e muita gente tem gostado da trama

Por Vanessa Linhares
Paper Girls é uma série de ficção científica, drama e aventura, original da Amazon Prime Video, que estreou no streaming no dia 29 de julho de 2022. O seriado criado por Stephany Folsom tem direção de Georgi Banks-Davies, Destiny Ekaragha e Karen Gaviola Mairzee Almas. A produção é baseada na HQ de mesmo nome escrita por Brian K. Vaughan e ilustrada por Cliff Chiang.

A trama começa no dia 1ª de novembro de 1988, nas primeiras horas pós Halloween, chamado aqui de Dia do Inferno, por conta dos jovens que permanecem nas ruas pregando peças e perturbando a vizinhança. Quatro entregadoras de jornais de 12 anos - Erin Tieng (Riley Lai Nelet), Tiffany Quilkin (Camryn Jones), Mac Coyle (Sofia Rosinsky) e KJ Brandman (Fina Strazza), estão em suas rotas de entrega quando têm problemas com esses arruaceiros e decidem ficar juntas durante as entregas para se defenderem, mesmo sem serem amigas.
Elas acabam se metendo em uma grande confusão e viajam para o futuro sem saber. Agora, as quatro meninas precisam se unir para descobrir uma forma de voltar para casa, em 1988, enquanto conhecem membros de grupos rivais que viajam no tempo e estão em guerra pelo controle do fluxo do tempo. Além disso, elas têm a oportunidade de conhecerem suas versões mais velhas e lidar com o que as espera.

Paper Girls é uma série que empolga, tem aventura, ação e personagens muito bem construídos e desenvolvidos. O quarteto principal está muito bem entrosado e você percebe isso em tela. As atuações das garotas são incríveis e todas elas trazem uma personalidade única e muito carisma à suas personagens, e é difícil não se apegar a elas. Cada uma tem seu momento de destaque na trama e o roteiro é muito bem construído para dar tempo de nos aprofundarmos na história de cada uma.
A interação das meninas com suas versões mais velhas também é muito boa. É muito interessante de vê-las se vendo no futuro e percebendo que nem sempre é do jeito que sonhamos, se frustrando com o rumo que a vida tomou, mas também se orgulhando de quem se tornaram no final. Outros personagens também cruzam o caminho das pré-adolescentes, uns para ajudar, outros para atrapalhar (e até para captura-las). O fazendeiro Larry (Nate Corddry), por exemplo, é o responsável por nos apresentar os motivos de tudo que está por acontecer, nos explicar mais sobre as viagens no tempo, e também por entregar reviravoltas que prometem mudar todo o nosso entendimento sobre a trama.

Apesar de ser uma série de ficção científica, a produção não foca só nisso. Óbvio que o seriado tem seus momentos de efeitos especiais, cenários fora da realidade, robôs tipo transformers e seres estranhos, mas é pouco. O foco maior aqui é nas relações das personagens. Na amizade que vai surgindo entre elas. Em como elas precisam aprender a confiar umas nas outras para sobreviver. Nas expectativas que criaram para o futuro. No destino que as esperam. E na história pessoal de cada uma. Também é retratado os dramas típicos da idade, como a primeira menstruação, sonhos, confusão de sentimentos, relacionamentos conturbados com a família, etc.
Paper Girls vai além da ficção científica e da ação/aventura e ganha o telespectador pelo seu lado mais humano, trazendo temas como amizade, o medo do que vem por aí, segundas chances, preconceito, amadurecimento e descoberta. É uma ótima série para maratonar, e como são só oito episódios, acaba rapidinho. O episódio final deixou um gancho enorme para uma segunda temporada, mas até agora não foi confirmado pela Amazon Prime Video se terá ou não um segundo ano. Vamos torcer para que tenha, afinal essas meninas ainda tem muito o que mostrar.

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