“A Menina Que Matou Os Pais: A Confissão” mostra a investigação policial do caso que chocou o Brasil
- The C.A.R.O
- 13 de nov. de 2023
- 3 min de leitura
Terceiro filme sobre o caso Von Richthofen chegou ao Prime Video no final de outubro

Por Vanessa Linhares
A Menina Que Matou Os Pais: A Confissão é um filme brasileiro de drama e true crime, exclusivo da Amazon Prime Video. O longa-metragem conta com direção de Mauricio Eça e roteiro de Ilana Casoy e Raphael Montes, mesmo diretor e roteiristas dos dois filmes anteriores. A produção baseada em um caso real, vai contar a história de um crime brutal que chocou o Brasil em 2002: o assassinato de Marísia e Manfred Von Richthofen, a mando da filha do casal, Suzane, e executado por Daniel e Christian Cravinhos, namorado e cunhado da jovem na época. Nesse terceiro filme, o foco é a investigação policial que levou a prisão do trio.
Na trama, após o casal Von Richthofen ser brutalmente assassinados, chocando o país inteiro, a polícia de São Paulo inicia uma investigação para compreender como e o que de fato aconteceu, e descobrir os culpados. Enquanto isso, Suzane Von Richthofen (Carla Diaz), a filha do casal, faz festa e age de maneira atípica, fazendo a delegada Helena (Bárbara Colen) desconfiar da garota. Logo, Suzane, o namorado Daniel Cravinhos (Leonardo Bittencour) e o cunhado Christian (Allan Souza Lima), se tornam os principais suspeitos.

A Menina Que Matou Os Pais: A Confissão é uma produção interessante, que chega para finalizar a história que se iniciou em 2021 com os filmes A Menina Que Matou os Pais (com foco no depoimento e na visão de Daniel Cravinhos sobre os fatos) e O Menino Que Matou Meus Pais (com foco no depoimento e na visão de Suzane Von Richthofen sobre os fatos). Depois de acompanhar os longas anteriores, onde em cada filme contava a visão de um dos protagonistas, e deixava o público com dúvidas sobre quem estava falando a verdade (ou quem estava mentindo menos), esse terceiro longa veio para mostrar como foi a investigação que levou a prisão do trio de assassinos.
Aqui vemos o quanto Suzane era extremamente fria. Ela não demostrava sentimento algum e parecia não se importar com o que tinha acontecido com os pais, fazendo festas e perguntando se podia vender os carros horas depois da morte deles. Isso, as declarações imprecisas dela e do namorado e alguns erros amadores, fizeram a polícia começar a desconfiar. Carla Diaz mais uma vez entrega uma excelente atuação, principalmente nas cenas de surtos de Suzane. Através de sua interpretação, Carla consegue passar ao público os traços meio psicopatas da personagem, sem romantizar a assassina.

Leonardo Bittencour também entrega uma ótima atuação, mas volta um pouco mais contido que nos filmes anteriores, já que Daniel, diferente de Suzane, estava com medo e parecia sentir remorso pelo que fez. Allan Souza Lima ganhou mais destaque nesse terceiro filme. Isso porque Christian foi uma peça fundamental para a polícia fechar o cerco do trio. Depois de comprar uma moto no mesmo dia do enterro dos Von Richthofen, Christian entrou de vez na mira da polícia. Além disso, a cena que os policias fazem pressão para Christian confessar é muito boa, isso graças a excelente atuação de Souza Lima, que entregou tudo e mais um pouco nessa cena.

Mesmo com a boa atuação do trio de assassinos, A Menina Que Matou Os Pais: A Confissão não tem o mesmo impacto que os primeiros filmes. Depois de assistir aos longas anteriores, você fica dias pensando no caso e na brutalidade do crime, já esse terceiro não causa tanto impacto assim. A investigação se desenrola de maneira rasa e não se aprofunda nos detalhes que levaram a polícia a prender os criminosos. O texto é fraco em certos momentos e o final é apressado. A confissão, que deveria ser o auge da trama, é feita de forma rápida e mesmo com a pressão dos policiais, você não sente aquela tensão que o momento pedia.

No geral, A Menina Que Matou Os Pais: A Confissão é um filme que traz boas atuações do trio principal e que intriga o público, principalmente por ser baseado em um caso conhecido e que gerou tanta comoção na época do crime, mas que não soube como se aprofundar na investigação. A produção poderia ter criado um bom clima de tensão no final e ter entregado um bom suspense policial, mas preferiu entregar uma trama rasa, sem detalhar de maneira eficaz a investigação que durou cerca de oito dias. Talvez por ter sido uma investigação rápida – justamente pelos assassinos terem sido tão descuidosos em tentar esconder o crime, não teve muito o que contar, mas mesmo assim, poderiam ter criado um clima de tensão e suspense maior, falhando em não se aprofundar na complexidade do caso e nas questões psicológicas dos personagens principais.

Leia a resenha dos filmes anteriores:
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